sábado, 16 de abril de 2016

Lembranças de relatos (Parte II)


Já se passaram quatro dias desde que encontrei pela primeira vez a quem hoje chamo de Dono, sou uma mulher madura que já passou por um casamento, tenho meus filhos, sou independente financeiramente, e me paro pensando nesses dias, qual o significado dessas duas palavrinhas: Tenho Dono.
Mas acho que em breve saberei, como disse já se passaram alguns dias que senti o que senti ao estar diante de um Dominador, naquele mesmo dia ele me ligou conversamos sobre o encontro e ele me disse para pensar, entender se é isso que desejo, conversamos ainda mais sobre todas as práticas, ele já sabe de tudo que me atrai no tema, mas volta e meia ele me pergunta, parece que me testa.
Ontem, ele me disse que estava chegando o momento de um segundo encontro, e ele me perguntou se ainda preciso de um local público, respondi que se para ele não houvesse necessidade que para mim estaria tudo bem, acho que saiu assim sem pensar muito, então ele me disse que seria amanhã.
Não consigo dormir, sensações estranhas tomam conta do meu corpo, sensações que vão de pavor a tesão, ansiedade vontade que as horas voem, vontade que o tempo não passe, contradições o tempo todo, como vai ser esse encontro? O que vai acontecer? Não sou ingênua, não comecei a ler sobre BDSM agora, já assisti vários filminhos, que encontramos na NET, vejo fotos, sei que acontece quando um Dominador e uma submissa estão juntos e sozinhos. Tenho desejado isso e tenho medo. Essa sensação de querer e não querer me queima por dentro.
Já pensei em dizer não, mas esse pensamento logo vai embora quando recordo do beijo no estacionamento, de sua mão em minha coxa, de como fiquei, lembro da marca de sua mão em minha coxa, me molho só de pensar, então dizer não vou já está longe de meus pensamentos.
Consigo dormir de madrugada, em minha cabeça suas palavras.
- Lhe pego às 10:00 em ponto no local combinado, esteja usando um vestido de cor única, não use calcinha, não use perfume ou cremes, esteja depilada.
Acordo, começo a separar o vestido escolhido, um azul, sutiã branco, vou para meu banho, estou nervosa, de toalha vou preparar meu café, estou com fome essa manhã. Ainda tenho 40 minutos para encontrá-lo, começo a me vestir, me olho no espelho, o vestido está amarrotado, ele notará? Resolvo passar, começo, o telefone toca, minha filha, dou uma desculpa e volto, droga, deixei o ferro queimar o vestido. Começo a pensar em outro, tenho um branco e um vermelho. Pego o vermelho. Tenho 20 minutos, é perto, desço, pego um táxi.
Trânsito .... os minutos passam, estou atrasada, de longe já o vejo encostado no paralama do carro, veste uma calça jeans escura e camisa social azul, mangas dobradas.
Pago o táxi, me encaminho para ele, quando chego ao seu lado e digo oi ele olha para o relógio e diz:
_ Atrasada.
Olha para o relógio e diz:
_ 13 minutos e 48 segundo atrasada.
Tento dizer o que houve e ele:
_ Entre no carro, não lhe disse para se justificar, está atrasada.
Perplexa, não sei o que fazer me paro pensando, achei que receberia um beijo e ouviria dele, que bom você aqui. Então meus pensamentos são quebrados por sua voz num tom mais imperativo.
_ Entre no carro, agora!
Estremeço, dou a volta e entro, sento, deixo o vestido como ficou ao sentar, ele entra liga o carro e nada fala, eu tento falar algo, ele olha para mim e faz sinal de silêncio. Me calo estou nervosa, reações estranhas, me sinto totalmente sem controle, tenho medo, mas essa sensação de não ter controle me é agradável, me invade, eu quero não ter nenhum controle.
Chegamos num motel, ele fala sobre uma reserva, recebe as chaves, para numa garagem. Olha para mim e diz:
_ Espere no carro.
Saí, baixa a porta da garagem, abre o porta-malas, passa e o vejo com uma pequena maleta. Passa e vai para o quarto, o tempo passa, minha angustia aumenta meus medos e desejos num embate.
Ele volta, abre a porta do carro, me dá a mão, saio, ele a cm do meu corpo, sinto seu calor, sua respiração, então:
_ Vire-se.
Me viro fico de costas para ele, sou vendada, sua mão desce pelo meu pescoço, arrepio, sua mão desce pelas costas, meus quadris, me segura firme, sei que ele não sente nada sob o vestido além do meu corpo, ele começa a me conduzir, passos cautelosos, nada vejo, ele me passa na frente, sei que passei pela porta, ouço fechar a chave girar.
Estou de pé, ouço seus passos, o barulho de uma cadeira, o silêncio, sensações brotam do meu corpo, sinto o calor subir por entre os seios o rosto afogueado.
Então sua voz, ouço ainda suas palavras.
_ Tire o vestido.
Sem nada dizer começo a tirar o vestido, estou com um homem, um Dominador, a quem não vejo, começo a tirar meu vestido, logo estarei apenas de sutiã, o que ele vai achar, não sou mais uma menina, tiro o vestido, instintivamente desço minhas mãos para meu ventre então nova ordem.
_ Tire o sutiã.
Obedeço, não tenho controle de nada e isso me assusta e excita, estou nua, na frente dele e não o vejo, como queria ver a reação dele, seu rosto como reagiu ao me ver nua? Meus seios não são mais como a quase trinta anos atrás, muito menos todo o meu corpo.



O silêncio impera por minutos que parecem horas....

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