terça-feira, 24 de maio de 2016

Uma Negociação ou A Coleira (A provação - Parte 5)

O barulho da tranca e a porta se abrindo me despertam, estava começando a sonhar, sonhava com meu Dono à minha frente, ajoelhada esperava ele fechar a coleira ao redor do meu pescoço, nua ali, vestindo apenas a coleira que venero, arrepiada para  cair na realidade.
            - Venha temos que servir o almoço.
            Tento me localizar, almoço? Onde? Quem é você? O que? Então meus pensamentos se clareiam começo a me lembrar de tudo desde o momento em que o telefone tocou de madrugada, a jovem linda e elegante, o quanto caminhei, onde estou.
            - Ande logo não podemos atrasar.
            Levanto, olho ao redor procurando o banheiro, vejo só a tina onde me banhei.
            - Onde é o banheiro?
            -Vem logo te mostro no caminho, vem.
            Uma outra jovem a quem ainda não tinha visto, usa coleira e a mesma vestimenta das outras duas que me trouxeram aqui, e é igual à minha. Me encaminho para a porta.
            - Oi sou Lua, vou te passar tudo o que devo lhe passar, eu era a mais baixa na hierarquia até você chegar, uma outra sai da casa hoje à noite, todas mudam sua posição na hierarquia, vem andando comigo que vou te explicando, se passarmos por alguém faça uma reverência, não importa quem seja, todos estão acima de nós duas e eu de você, é só dobrar um pouco os joelhos e baixar a cabeça, não fale com ninguém, não pergunte nada.
            - Cheguei hoje, o que é aqui? Quantas pessoas tem aqui? Tem mais algum homem aqui? Tem um dominador aqui?
            - Vamos andando, são ao todo, fora o pessoal da cozinha, que não fazem parte do grupo, sete Domme Cristina que é a Dono e tudo controla, só tem um homem aqui que é posse de Domme Cristina assim como a L, que deve ter sido quem a trouxe até aqui e mais 5 submissas incluindo nós duas e a que saí hoje à noite.
            Ela me indica um banheiro no corredor, entra comigo, e vai me passando o que deve ser feito, teremos que ir as duas pegar as bandejas na cozinha levar tudo num carrinho para a mesa, junto com a bebida a ser servida, hoje ela arrumou toda a mesa, mas à partir de amanhã eu que devo assumir essa tarefa, Domme Cristina é servida por sua submissa, nós colocamos tudo sobre a mesa e cada uma seguindo a hierarquia de serve. E quando terminar o almoço aí só você vai retirar a mesa e levar para a cozinha, nós não entramos na cozinha nem temos contato com o pessoal de lá, tudo fica colocado em uma espécie de armário giratório pegamos lá e deixamos lá.
            Enquanto ela fala faço xixi, saí muito amarelo, odor forte, estou já há muitas horas sem beber ou comer, ao me lembrar disso sinto o estômago doer, minha barriga ronca, na pia lavo a mão e passo a água no rosto.
            - Vem estamos na hora, vem.
            Ela saí do banheiro a sigo, no final do corredor uma porta dupla ela a abre retira de lá um carrinho destes de restaurante com algumas bandejas, e um outro com uma jarra de água, uma garrafa de vinho e outra jarra com algo que se parece um suco, ela me aponta o carrinho de bebidas e leva o de comida, e me diz que devo antes de todos sentarem à mesa levar o de bebida e voltar para pegar o de comida, que hoje ela está só me passando a rotina.
            Levamos tudo para uma sala continua ao salão onde cheguei, Domme Cristina já sentada à cabeceira da mesa, seus dois submissos um de cada lado a jovem do lado direito e o homem do seu lado esquerdo, outras 4 submissas estão sentadas,  as duas que me receberam mais afastadas da Domme e outras duas que estou vendo pela primeira vez, e apenas uma cadeira vazia.
            Lua se aproxima empurrando o carrinho, faz a reverência, estou toda atrapalhada sem saber onde me posicionar, Lua olha para mim com os olhos arregalados, entendo que tenho que fazer a reverência, vejo todos me olhando a fisionomia firme de Domme Cristina. Repito o gesto de Lua, sem jeito, sem graça, duas lágrimas escorrem pelo meu rosto, Lua começa a colocar as bandejas na mesa junto da cabeceira, depois pega as bebidas do carrinho e também coloca na mesa, procuro memorizar as posições, feito isso, ela passa por mim e cochicha em meu ouvido fique onde está e espere, e vai se sentar na cadeira vazia.
            Fico ali de pé observando tudo o que se passa, cada um se servido na ordem exata, apenas Domme Cristina é servida de vinho, seu submisso e sua submissa de suco e todas as demais de água. Estou parada de pé, me sentindo humilhada, sem saber o que fazer, perguntas surgem em minha mente. Será que não como? Tenho sede, será que posso beber? Todos se serviram, Lua á a última, percebo que ela olha para mim, percebo carinho em seu olhar, nas outras percebo desprezo. Então percebo o quanto sou inferior ali. Domme Cristina a submissa de Domme Cristina coloca alguma comida num potinho, água no outro, coloca no cão ao lado dos pés de Domme Cristina, silêncio mortal, todos olham para mim, uma lágrima brota de um dos olhos de Lua, Domme Cristina aponta para mim e para os dois potinhos, sigo atônita o movimento de seu dedo, não movo um músculo, olho apenas para Lua, seus lábios apenas balbuciam abaixa e come. Uma das submissas olha para ela como que a fuzilando, Lua baixa a cabeça sua face se cora. Estou com fome, sede, lutando contra mim mesma começo a me abaixar, já não contenho mais minhas lágrimas, joelhos no chão as palmas da mão, sinto o clima, consigo sentir a satisfação de todas, ouço o barulho de talheres contra os pratos, e como um animal de estimação que come embaixo da mesa aos pés do dono começo a tentar comer e beber, estou faminta, enfio a cara na comida, sujo a ponta do nariz, é difícil beber a água, tento com a língua pouco vem, depois descubro que fazendo biquinho consigo sorver um pouco, como e choro, bebo e choro, meus joelhos que ralei ao cair doem, preciso matar minha fome e sede, esqueço meu orgulho, engulo as lágrimas e começo a comer sem pensar em nada.
            Ouço o barulho de uma cadeira se afastar, logo em seguida todas as cadeiras são afastadas o submisso levanta e puxa a cadeira de Domme Cristina ela levanta, fico ali de quatro, de joelhos, me levanto, lembro que Lua me disse que devo tirar a mesa sozinha levar tudo para o armário, percebo que uma das submissas está falando com rispidez com Lua, ela só baixa a cabeça vejo-a apertando uma mão contra a outra, então a submissa que falava com ela se dirige até Domme Cristina, acabo de colocar tudo nos carrinhos, levo o de bebidas, volto para pegar o de comidas e encontro todas em um semicírculo, no meio uma espécie de puff, pego o carrinho de comidas e levo, volto e debruçada sobre o puff está Lua seu saiote levantado, suas pernas entreabertas expõe toda a sua nudez, paro estatelada na entrada, uma das submissas aponta um lugar no semicírculo.
            Então ouço a voz de Domme Cristina.
            - Lua receberá a punição de 10 chicotadas por haver se manifestado à mesa, por ter interferido e orientado Elvira quando não devia.
            - Então a submissa que a estava repreendendo, pega um chicote de tiras que pende da parede e dá a primeira chicotada, o som do chicote cortando o ar, o do impacto contra as nádegas de Lua, o seu gemido me fazem estremecer, quero falar, quero dizer que ela não teve culpa, que ela só me ajudou, mas nenhum som saí de minha boca.
            - Uma, obrigada.
            Novamente o som do chicote.
            - Duas, obrigada.
            Então o chicote é passado para outra.
            - Três, obrigada.
            - Quatro, obrigada.
            Vejo a bunda branca de Lua avermelhar as tiras deixam marcas em sua pele, seus dedos se crispam no tecido do puff a cada chicotada, as cinto em meu coração, ela está sendo castigada por minha culpa, ela deve estar com raiva de mim, eu a traí ela me ajudou e eu a traí, não fiz como ele me disse e por isso ela está sendo castigada. Uma revolta sobe pelo meu peito, mas ao mesmo tempo que o medo me paralisa. Outra submissa agora tem o chicote nas mãos.
            Sssssllllaaaaaapppppppppppppp.
            - Cinco, obrigada.
            Ssssslllllaaaaaaappppppppppppp.
            - Seis, obrigada.
            Sinto a voz de Lua mais embargada, não vejo seu rosto apenas sua bunda e coxas marcadas pelas chicotadas recebidas, Domme Cristina sentada em sua poltrona vermelha, com seus dois submissos ajoelhados cada um de um lado observam, novamente o chicote troca de mãos.
            Ssssssllllllaaaaaappppppppppp.
            - Sete, obrigada.
            Sssssllllllaaaaappppppppppppp.
            - Oito, obrigada.
            Ouço um gemido mais dolorido de Lua e para o meu desespero e espanto a que acabou de usar o chicote em Lua vem até mim, instintivamente, faço a reverência, olho para baixo e não estendo a mão para pegar o chicote que me é estendido, penso comigo mesma, como vou fazer isso com ela se o erro foi meu? É injusto. Não, não vou fazer, fico como uma estátua parada, o silêncio pesado poderia ser cortado com uma faca.
            Domme Cristina faz uma aceno de cabeça e a submissa que me oferecia o chicote o leva até a outra que o pega, lembro que ela ainda não havia dado as chicotadas em Lua, se uma ainda não tinha dado, eram dez chicotadas e oito já haviam sido dadas, minha cabeça ferve com meus pensamentos, então por que me darem o chicote? Estão me testando?
            Ssssslllllaaaaapppppppppppp.
            - ahnnn, nove, obrigada.
            Ssssslllllaaaaaappppppppppp.
            - Dez, obrigada.
Logo em seguida todos se movem, cada uma sabe para onde ir, Lua se levanta de sua posição debruçada, o chicote é dado a ela que o beija e o pendura na parede, se volta para todos na sala faz uma reverência, passa por mim e entre dentes diz.
            - Vem comigo.
            Ela passa e eu a sigo.


domingo, 22 de maio de 2016

Uma negociação ou a Coleira - (A provação - Parte 4)

Estou assustada, sozinha numa estrada deserta, ainda escuro, tropeço, caio, deitada no chão de barro choro copiosamente, minha vontade é ficar ali não levantar, não andar, quero dormir. Então uma voz dentro de mim me pergunta. Quer sua coleira? Quer estar com seu Dono? É algo que lhe dá prazer?
- Sim.
- SIM EU QUERO!
Gritando me levanto, meus joelhos e mão ardem, limpo a poeira, a túnica que visto está suja e rasgou ao se prender num arbusto à margem da estrada, sem pensar, limpo minhas lágrimas com a mão, a poeira se mistura com as lágrimas, levanto a cabeça com passos firmes e decididos alcanço uma curva na estrada, olho uma subida, vou adiante, vou atrás do que é meu, quero o que é meu.
Subo todo o aclive da estradinha, ao chegar no topo vejo uma casa, um belo jardim à sua volta, uma cerca branca, um carro que parece o que eu estava está parado na entrada ao lado, tem que ser ali, olho ao longe, não vejo nenhuma outra construção, decidida começo a descer, chego até o portão da cerca está aberto empurro, me dirijo para a entrada, uma porta dupla alta, procuro uma campainha mas vejo duas aldravas, são leões que possuem algo como uma argola, quando vou usar a argola para bater na porta ela se abre como mágica. Uma jovem de seios nus, coleira, parece que usa algo de couro ao redor dos seios, dos bicos pendem pingentes, ela se posta ao lado da porta, entro, uma sala ampla, vejo uma mulher, vestida de negro, está de costas para a porta, ao lado dela os dois que estavam no carro um de cada lado, ele já não usa mais o chapéu e o paletó, reparo que ele também usa uma coleira, ela continua linda e elegante como estava, ela olha para mim, de cima abaixo, surge um sorriso sarcástico em seu rosto.
Sorriso que some assim que a mulher de negro se vira, ela me fuzila com os olhos, seu rosto não demonstra nenhuma emoção, seus olhos frios me olham de cima à baixo, estou paralisada junto à porta, tremo como vara verde, em meu íntimo esperava encontrar meu Dono, tento olhar à volta, meu coração diz para que eu o procure em cada canto, vejo apenas paredes de pedra, correntes e grossas argolas numa das paredes, num canto uma poltrona vermelha de espaldar alto, que me faz imaginar como um trono, começo a perceber que estou na casa de uma Domme, me lembro das palavras ao telefone, “venho a mando de Domme Cristina”, no momento que me dou conta disso ela dá um paço à frente os dois ao lado dela fazem uma mesura abaixando levemente suas cabeças.
Ela para, aponta para mim e num movimento de seu dedo indicador aponta o chão logo à sua frente, estou atônita, não sei o que fazer, tremendo como se tivesse levado um grande susto, tento entender, tento pensar em tudo que já conversei e passei com meu Dono, nos poucos segundos que permaneço aí como uma estátua tento imaginar o que possa estar acontecendo. Então ouço o estalar de um chicote, não tinha percebido ainda na mão dela um chicote negro, devia estar junto à sua roupa negra, então ela repete o gesto com o indicador aponta para mim e para o chão à sua frente, meu instinto submisso me faz dar 3 passos parar à frente dela, uma mulher madura, cabelos negros, lisos e brilhantes, traços do rosto firmes. Ela continua apontando para o chão, me ajoelho.
Quando me ajoelho lembro, de uma conversa com Dono sobre negociações que acontecem entre Dominadores. Estremeço só de pensar nessa hipótese, não, Dono não teria o porque de fazer isso, ele tomaria minha coleira mas não faria isso, se tivesse feito ele não teria dado ordem para eu trazer apenas a coleira. Enquanto todos esses pensamentos me atormentam a voz dela ecoa pela sala.
- Sou Domme Cristina, estás aqui para sua provação, pelas próximas duas semanas estarás sob minha tutela. Tudo será decidido por mim, estarás sujeita a todas as regras de minha casa, vou lhe fazer uma pergunta, não quero ouvir sua voz para responder, apenas faça um movimento de cabeça afirmativo ou negativo, se afirmativo entenderei que estarás aceitando todas as normas e regras de minha casa, se negativo, imediatamente trocarás de roupa e será levada de volta para sua casa. Preste bem atenção à minha pergunta. É de sua vontade se entregar às regras e rituais de minha casa, seguir a hierarquia e todas as determinações que lhe forem dadas?
Nervosa, tremendo, que regras? Que normas? Como vou dizer que aceito algo que não sei o que é. Mal acabo de ter esses pensamentos ela num gesto faz com que a jovem que me recebeu na porta me entregue um papel onde estão listadas 5 regras.
1-     És a mais baixa na hierarquia da casa;
2-     Qualquer falha será punida;
3-     Seu corpo passará a pertencer à casa;
4-     Deves obediência a todos;
5-     Me pertencerás por 15 dias.
Leio angustiada, o papel treme em minhas mãos, o que fazer? Balanço a cabeça negativamente, termino com tudo isso e volto para casa? Desisto de meu Dono e de minha coleira? Faço então um sinal afirmativo com a cabeça.
- Muito bem então desse momento passas a ser minha posse.
Sem eu saber de onde surge outra jovem, vestida como a que abriu a porta e em suas mãos uma bandeja, Domme Cristina pega uma coleira, como a que as jovens estão usando e a coloca ao redor do meu pescoço, ouço o clique do fecho e então o som do fechar de um cadeado, a coleira me pesa enormemente em meu pescoço, não sinto o prazer que sentia ao usar a minha coleira, não sinto orgulho, não sou nada nesse momento. Lágrimas rolam por meu rosto.
Então as duas jovens se aproximam de mim, uma de cada lado e ouço a ordem de Domme Cristina.
- Levem-na para o espaço reservado para as iniciantes, façam-na tomar um banho e deixar de parecer uma mendiga esfarrapada. Levante-se!
Me levanto sigo as duas que caminham um passo à minha frente, entramos num corredor frio, iluminado por tochas, caminhamos por ele passo por algumas portas pesadas, trancadas com cadeados, vamos até a última porta que está aberta, um cômodo minúsculo parece uma cela, num canto uma cama tosca, no outro lado uma tina com água, uma mesinha com uma caixa de madeira crua.

Paro na porta, então ao mesmo tempo cada uma corta as alças de minha túnica que desliza pelo meu corpo e cai aos meus pés, estou nua, sinto frio do ambiente percorrer meu corpo, me fazem entrar, a porta se fecha ouço ser trancada. Sobre a cama um embrulho em papel pardo, preso a ele um bilhete. Terás o restante dessa manhã para tomar um banho, vestir os trajes que estão dentro desse embrulho e descansar. Meu estômago ronca, lembro que não comi nada ainda, olho para a tina cheia de água, estou suja, abro a caixa, o sabonete e shampoo que costumo usar estão ali, me alegro, entro na tina a água não está quente, me molho começo a tomar meu banho, um prazer percorre meu corpo, a visão do sabonete que uso que transmite uma grande alegria, passo o sabonete por todo o meu corpo, sinto arder em meus joelhos que foram arranhados na queda, o perfume do sabonete e do shampoo me relembram minha casa, me imagino me banhando para o Dono, degusto do prazer, no embrulho sobre a cama pego uma toalha, enxugo meu corpo acaricio-o com a toalha, tento identificar o que devo vestir, algo como um saiote, as correias como as duas estavam usando e um par de sandálias de sola de couro e amarradas por tiras nos tornozelos, me visto, meus seios estão nus o saiote cobre pouco mais que metade de minhas coxas, não tenho uma calcinha ou algo parecido, estou exausta, deito na cama dura, durmo.



sábado, 21 de maio de 2016

Uma negociação ou a coleira - (A provação - Parte 3)

Acordo com o toque do meu celular, está tudo escuro, sonada olho a hora cinco da manhã, número desconhecido quem poderá ser, não atendo, telefone toca, toca, toca, para volta novamente a tocar, número desconhecido. Resolvo atender.
- Alô.
- Bom dia, Elvira, venho por ordem de Domme Cristina que me ordenou que lhe entregasse um pacote enviado por Dom André.
Ao ouvir o nome de meu Dono, através da voz masculina ao telefone, dou um pulo da cama estou totalmente alerta e desperta.
- Sim, pois não.
- Logo estarei na portaria de seu prédio, peça ao porteiro que autorize meu acesso. Obrigado.
Nem tenho tempo de responder e ele desliga o telefone, corro para tentar melhorar minha aparência, estou descabelada, deitei de madrugada pensando no que levar e arrumando tudo e agora cinco horas da manhã, um misto de cansaço, euforia, medo, vou receber algo do Dono, ainda nesses pensamentos e o interfone toca, droga esqueci de avisar antes.
- Pronto.
- Dona Elvira tem um rapaz aqui com uma encomenda, nesse horário a senhora está aguardando algo? Posso abris o portão.
- Sim, estou sim, pode abrir e deixar ele subir. Me desculpe mas esqueci de lhe avisar que haveria alguém chegando.
Passo uma escova no cabelo, arrumo o roupão a campainha toca. Abro a porta um homem, por volta de seus trinta anos elegantemente vestido, um terno cinza escuro, camisa branca, gravata e usando um chapéu que se usava nos anos 30 ou 40.
- Bom dia!
Ele não retribui meu bom dia estende a mão e me diz que havia sido ordenado para que me ligasse 10 minutos antes e que eu deveria ter avisado à portaria sua chegada. Me disse isso sem nenhuma expressão em seu rosto ao mesmo tempo que me entregou um caixa com um envelope preso a ele.
- Não quer entrar?
- Devo esperar aqui.
Encosto a porta, coração disparado coloco a caixa sobre a mesa abro o envelope.
“Como lhe havia dito anteriormente deves passar pela provação, ainda podes desistir, se resolver seguir adiante, vista sobre seu corpo nu a túnica que se encontra na caixa, pegue a caixa em que fica guardada a coleira que mandei fazer para você, mais nada e acompanhe o mensageiro. André”
Palavras secas do Dono, não me trata por menina nem nada não assina seu Dono, ou se fosse só Dono estaria dando pulos. Começo a raciocinar, abro a caixa uma túnica branca de chiffon, que caem pelos meus dedos quando retiro da caixa, ali mesmo tiro meu roupão, estou nua na sala a porta apenas encostada, um homem desconhecido, visto a túnica que desliza pelo meu corpo moldando-se a ele, os bicos estão eriçados pela sensação da troca de roupa, pelo momento, vou para o quarto, pego a mala, só então me dou conta que é para eu vestir a túnica e mais nada,além de pegar a caixa da coleira?
Me olho no espelho parece o tecido moldado por meus seios, os bicos arrepiados, meus quadris ficam evidentes bem como meu monte de vênus que passa a chamar atenção pelo tecido colado a ele, pego a caixa, vou para a porta, ele está parado na mesma posição e postura de quando o recebi. Tranco a porta do apartamento, sem bolsa sem nada, lembro que não peguei nem o celular, fico com a chave na mão sem saber onde colocar.
- Estou pronta.
Sem nada dizer ele aperta o botão do elevador que se abre, me deixa passar e entra, descemos para a portaria, ainda bem que ainda está escuro, nem todas as luzes estão acessas no hall por conta de economia, o porteiro cochila, em outra situação deveria reclamar, mas fico aliviada, ele não me vê saindo praticamente nua.
Em frente ao portão um carro escuro, pisca alerta e motor ligados, saímos pelo portão no mesmo instante que uma jovem mulher desce do carro, veste um vestido longo, apertado pois precisa se virar no banco para sair do carro, ela abre a porta traseira ao fazer isso vejo que está com as costas totalmente nua, o decote vem quase ao seu quadril seu pescoço está envolto por uma echarpe.
Cumprimento-a com um oi, não obtenho resposta, ela olha seu relógio. E com um ar misterioso me olha de cima abaixo, me encolho envergonhada, uma bela e jovem mulher lindamente vestida, eu quase nua e descalça carregando uma linda caixa de veludo azul, me conforto coma caixa, penso, tenho que ela não tem, mas assim que entro e sento no carro me surge a dúvida, e pergunto a mim mesma, ainda a tenho? Seguro firme a caixa, crispo meus dedos nela como se a prendesse com todas as minhas forças.
Ela entra no carro, ao entrar a echarpe desliza, em seu pescoço vejo reluzir uma coleira, me afundo no banco, meus olhos se fixam em seu pescoço, ela tem uma linda coleira, eu tenho a minha, mas guardada e no colo.
O homem retira o chapéu ao entrar, sai com o carro o silêncio total, rodamos por um tempo, saímos da cidade, rodamos por mais um bom tempo numa estrada até que ele sai da estrada principal para uma pequena estrada, o dia vai clareando os faróis do carro iluminam a estrada de terra batida, percorremos ela por mais alguns minutos então o carro para e ouço pela primeira vez a voz da jovem que nos acompanha.
  - Deixe a caixa que trazes sobre o banco, desça do carro e caminha na direção que estamos indo.
- O quê?
- Deixe a caixa que trazes sobre o banco, desça do carro e caminha na direção que estamos indo.
- Não, não sei onde estou e não vou deixar minha caixa.
 - Deixe a caixa que trazes sobre o banco, desça do carro e caminha na direção que estamos indo.
Seu tom de voz muda se torna mais ríspido, Ela é uma submissa, pelo menos usa uma coleira, está me dando uma ordem direta, lágrimas correm de meus olhos, pingam no que visto, minha coleira na caixa, como vou deixar no carro, quem vai ficar com ela. Não consigo me mover, o motorista abre a sua porta, desce, abre a minha porta.
- Deixe a caixa que trazes sobre o banco, desça do carro e caminha na direção que estamos indo.
Como uma faca abrindo meu peito a voz dela me dilacera, coloco a caixa sobre o banco do carro, acaricio-a como se quisesse dar um último adeus. Como uma estátua ele segura a porta do carro aberta, desço, meus pés descalços sentem a terra úmida pelo orvalho da noite, ele fecha a porta, assume seu lugar ao volante e o carro se afasta. Fico ali parada imóvel, indefesa, as lágrimas brotam aos borbotões, começo a caminhar seguindo as luzes vermelhas do carro, meus pés sentem as pequenas pedras do caminho, só penso em minha coleira se afastando de mim, eu a quero, ganho forças ao desejá-la apreço meus passos que deixam de ser cambaleantes, então vejo as luzes vermelhas sumirem.

Continuo a caminhar seguindo a estradinha meus pés acostumados a sapatos e sandálias sentem a aspereza da terra batida.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Uma Negociação ou A Coleira (A Provação - Parte 2)

Vou para casa, o peito cada vez mais apertado desde que ele me mandou sua última mensagem mais de 24 horas já se passaram, muita coisa já se passou pela minha cabeça, será que aconteceu alguma coisa com ele? Acho que não pois vejo que ele viu minhas mensagens, viu agora a última que mandei. Será que seu celular foi roubado e alguém está vendo as mensagens, mas se tivesse sido roubado Dono já teria bloqueado e sei que o celular dele tem bloqueio de tela, então não deve ser isso, como essas dúvidas, aumentam minha angustia, cada vez mais fico pensando em meu pesadelo.
            Chego em casa o silêncio ao entrar me oprime, ligo a televisão não sei que canal, quero só ouvir algum som, queria ouvir o som da mensagem chegando, Dono dizendo minha menina. Troco de roupa, tiro tudo o que vesti para esperar seu contato. Visto o roupão, sento no sofá espero, espero, espero, coração cada vez mais apertado, aperto as mãos, os olhos enchem d’água, embaçam minha visão, escorrem por meu rosto, pingam em meu colo.
            O som da mensagem entrando, pego o telefone de um pulo, deixo cair no chão, capa para um lado, bateria para o outro, estabanada e assustada pego cada peça e monto, mais assustada e angustiada, e se quebrou? E se foi ele? Como responder se tiver quebrado. Acabo de montar, aperto o botão de ligar, espero, parecem horas os segundos que se passam, a tela começa a acender, sorrio assustada, clico no ícone das mensagens, é dele, lágrimas rolam mais intensas, é dele, é dele. Começo a ler, meu sorriso começa a sumir de meu rosto. Não poderia ser mais formal o que leio:
            Elvira Pena,
Temos algo a ser resolvido, estás entrando em férias, para que resolvamos a situação criada por seu erro, quero que você durante 15 dias de suas férias passe por uma provação.
Aguardo como resposta sua apenas um sim ou não.
André.
Termino de ler sem saber o que fazer, ele me chama por meu, não me chamou de menina, ou das outras formas que ele está acostumado a me chamar, para ser mais formal só se ele começasse com Prezada, ele nunca deixou de me mandar um beijo em suas mensagens e muito menos terminar com seu nome, sempre foi um Beijo de seu Dono.
Desabo no sofá, o que ele quer, como responder sim ou não sem saber sobre o que, fala de provação, que provação? Não estou passando por uma? Seu silêncio não é? Tremendo clico em responder, meus lábios tremem, soluço só posso responder Sim. Escrevo sim meu Dono, minha resposta é sim. Quando vou enviar me lembro de suas palavras “Aguardo como resposta sua apenas um sim ou não” apago tudo, escrevo Sim, envio. Fico olhando aparecer o sinal de enviado, os dois tracinhos escuros, foi a mensagem, ficam azuis, ele leu.
O som de mensagem entrando, outra mensagem dele, formal e seca.
Amanhã um portador levará suas instruções, até o momento de as ler e as seguir podes decidir não segui-las.
Boa noite.
Não sei o que era pior o silêncio dele ou sua frieza e formalidade em suas mensagens, quero responder que aceito que quero o que ele desejar, mas não me foi permitida essa ação, procuro um canal qualquer, que tenha algo banal, minha cabeça pensa apenas na sua primeira mensagem, usar os 15 dias de suas férias para uma provação, então penso, como será isso? Onde será isso? Se for fora daqui preciso estar preparada, fazer uma mala, o que levar, o que fazer? Preciso estar preparada para tudo, levanto disposta, corro para o quarto, pego uma mala, começo a escolher o que levar, encho a mala, não, não está nada certo, esvazio, uma bagunça sobre a cama, pensa mulher, tenta se organizar, arruma pilhas e pensa no que levar. Escolha o que sabes que ele gosta, seja simples, sorrio ao perceber que estou ensinando a mim mesma.
Já é madrugada alta, consigo fazer uma mala, lembro da caixa de acessórios, num local do armário uma outra caixa coberta com veludo azul escuro, fecho com um pequeno cadeado, pego, abro-a, dentro brilha minha coleira, toda cromada, as letras de meu Nick e as iniciais de meu Dono, o forro da coleira na cor escolhida por ele, o azul que tanto o agrada, acaricio a coleira, quero colocá-la no pescoço, dormir encoleirada, fecho a caixa, coloco sobre a mala feita.


Não tenho fome, não tenho sede, mas é melhor estar preparada e comer algo, vou à cozinha preparo um sanduíche, mastigo, engulo, de volta ao quarto meus olhos se fixam na caixa com minha coleira, vou para a cama apago a luz, preciso dormir, os pensamentos percorrem minha cabeça, tento entender, pensar no que pode ser, o que Dono está pensando? O que Dono está fazendo? Com esses pensamentos tento dormir. Fecho os olhos

Uma negociação ou a coleira

Quinta-feira à noite, dia estressante no trabalho, irritada com meu chefe que me fez ficar presa até mais tarde e ainda por cima, esqueci de levar o carregador do meu celular, passei a tarde inteira com ele sem bateria; minhas férias começam na próxima segunda, mas já soube que pode acontecer de não conseguir por conta dessa demanda de última hora. Jogo a bolsa sobre a mesa, começo a tirar minha roupa, chuto um pé de sapato para um canto, o outro fica no meio do caminho, a raiva me cegando, preciso de um banho para relaxar, chego ao banheiro já só de calcinha, arranco ela que fica toda enrolada, entro no chuveiro sento no chão, deixo a água cair sobre meu corpo, vem uma onda de choro, maldito dia.
            Passado algum tempo sentada, levanto pego o sabonete e começo a ensaboar meu corpo, me sinto como se tivesse saído de uma sessão pesada, corpo moído, mas sem o prazer deixado pela sessão, começo a lavar os cabelos. Droga, joguei a bolsa na cadeira não pus o celular para carregar e se meu Dono me ligou? Saio correndo do chuveiro, nem me enrolo na toalha, molho o chão todo, a bolsa ficou na sala, correndo tropeço no par de sapato no meio do caminho, quase caio, xingo, pego a bolsa, onde deixei o carregador? Inferno de dia, caído no sofá lá está ele, boto o celular para carregar, volto correndo para o banheiro, da sala até o banheiro tudo patinhado. Meus olhos ardem por conta do shampoo que escorreu e caiu neles. Inferno.
            Entro novamente no chuveiro que ficou ligado, acabo meu banho nem sinto o prazer que um banho me dá, o toque do sabonete em minha pele, as carícias da água, o prazer de minhas mãos deslizando por meu corpo. Droga, botei o celular para carregar mas não liguei ele, seco o corpo, me enrolo na toalha, corro para a sala ligo o celular, imediatamente o barulho de uma mensagem, seguido por vários outros. Começo a tremer, e se forem do Dono, não atendi, desde que horas estão as mensagens, vejo tremendo, 8 mensagens dele, meu coração quase sai pela boca, nervosa abro a primeira.
1-      Minha menina boa tarde, quero e preciso estar com você essa noite, me mande mensagem de volta que a orientarei, beijos.
2-      Vinte minutos depois é a segunda mensagem. Estou esperando sua mensagem, bj.
3-      Passados mais 40 minutos a terceira mensagem. O que esse seu silêncio representa?
4-      Duas horas depois da primeira mensagem. É acho que vamos precisar conversar seriamente, sabes que seu celular é uma de suas coleiras e a negligenciou.
As lágrimas começam a rolar de meu rosto, vou lendo e respondendo como se ele estivesse me ouvindo, estou justificando que não tive culpa, que aconteceu, que o chefe isso, aquilo, coração apertado, vem a sensação de ter desobedecido, desapontei meu Dono certamente.
5-      Passados mais 30 minutos da quarta mensagem. Vai me fazer esperar muito para responder?
6-      Logo em seguida. Você sabe o que está fazendo, nada vai justificar esse seu comportamento.
7-      E outra logo depois. A não ser que tenha acontecido algum acidente com você, qualquer outra justificativa não será aceita.
8-      Passada mais uma hora da última. Esqueça a noite de hoje. Tenha um bom final de dia.
Estou aos prantos são 20:30, a última mensagem dele foi às 17:00, ele sabe que saio esse horário, sabe que mesmo com trânsito muito ruim levaria  no máximo uma hora e meia então às 18:30 eu já deveria estar em casa e nesse tempo poderia ter visto suas mensagens, começo a digitar freneticamente, erro as letras apago. Parece que estou gaguejando ao escrever, a tolha caí ao chão, continuo a escrever, olho que a cortina está aberta, estou nua para a vizinhança, pego a toalha, me cubro, fecho a cortina, volto a digitar. Dono tive problema no trabalho, celular ficou sem bateria, cheguei estressada esqueci de ligar. Por favor Dono me liga assim que puder. Sua menina. Sento no chão da sala ao lado celular ele vai ver minha mensagem e ligar. Passa algum tempo, olho 5 minutos, ele não ligou, vou mandar nova mensagem, não foram só cinco minutos, levanto vou me trocar, seco os cabelos no caminho para o banheiro piso no chão molhado, o som de mensagem no celular corro desesperada, droga mensagem do grupo do trabalho, nem leio.
Me visto, na verdade jogo um vestido sobre o corpo nu, olho o estado do apartamento, roupa jogada, sapato espalhado sutiã sobre a mesa, começo a recolher ouvido atento ao celular, cadê o outro pé do sapato? Passaram-se 15 minutos, digito, por favor meu Dono me mande uma mensagem, desculpa sua menina.
Acho o pé do sapato sob o sofá, pego o pano de chão começo a limpar onde molhei. Nove horas da noite e nada de mensagem, o telefone fixo também não toca, estômago embrulhado, maldigo mais uma vez o dia, imploro, por favor Dono me liga, me manda mensagem. Sento ao lado do celular, esperando como uma cadela de guarda espero um som que me dê uma alento, que afaste toda a angustia que sinto, o que me faz ficar pior é que esqueci do carregador, esqueci de botar para carregar, esqueci de ligar. Se tivesse lembrado antes, teria mandado mensagem para ele antes, falhei sim, falhei e é isso que mais me angustia. Me liga Dono, me castigue severamente que mereço, sei que errei. Me liga, por favor. Não tenho fome, sentada ao lado do celular fico esperando, Digito outra mensagem. Estou aqui, me responde Dono.
Droga depois que envio é que percebo o quanto fui seca na mensagem, mas sei que ele ainda não leu, não aparece como lido. Mais horas se passam, esgotada adormeço. Acordo com o som de mensagem entrando, pulo do sofá, coração disparado, pego o cel, abro, inferno mensagem da operadora dizendo que minha conta vence..., xingo e fecho o telefone, quase onze horas da noite.
Vou para o quarto, deito sem nem tirar a colcha ou trocar de roupa o celular em minha mão, durmo acordo assustada no meio da noite, um sonho, sonho não um pesadelo. Ouço a voz de meu Dono dizendo. Me devolva a coleira agora! Não quero uma submissa desleixada que não sabe nem cuidar de uma coleira virtual, como vai querer ter essa coleira real? Me pego respondendo para as paredes, não tive culpa Dono, mas me vem a lembrança, eu esqueci, eu tive culpa, tento olhar o celular, as lágrimas embaçam meus olhos, nenhuma ligação, nenhuma mensagem, ele leu minhas mensagens estão lá os dois riscozinhos em azul. São três horas da manhã, não consigo mais dormir o pesadelo me afetou profundamente, em minha cabeça só vejo a imagem dele tomando minha coleira.
Deixo as horas passarem me remoendo, sem pensar coloquei sobre a cama a caixa coberta com tecido, feita pelo Dono para que sejam guardados os nossos objetos de sessão, tiro de dentro o chicote que mais me assusta, o couro trançado me mete medo, abraço-o, quero que Dono me ligue e diga que vai me castigar com ele, que então me perdoa.
O dia amanhece, o mesmo pássaro que tanto gosto de ouvir da minha janela cantando hoje está mudo, o silêncio sepulcral me oprime, nada no celular, o maldito trabalho de última hora me espera, levanto, faço o café a fome me angustia, não comi nada desde o almoço, podia ter tentado vir em casa ao invés de almoçar, mas só vi que ficou sem bateria depois, foi a conversa e a troca de fotos que tive com minha amiga logo antes do almoço que fez gastar o restinho. Vou para o banho, me olho no espelho, estou horrível, tenho olheiras sobre olheiras, não tenho vontade de me arrumar, mas então penso e se ele manda mensagem como vou estar desarrumada? Não posso estar feia para ele. Mas é só uma mensagem, não importa é ele. Vou à gaveta de lingerie escolho o conjunto de calcinha e sutiã da cor que ele gosta, deixo sobre a cama, escolho o vestido, ele já me disse que gosta de me ver de vestido.
Abro o chuveiro, o celular ao lado do box, deixo a toalha ao alcance para secar a mão se ele tocar. Acabo o banho, me sinto melhor, ele vai me ligar, visto a lingerie, sento para fazer a maquiagem, visto meu vestido, pego a bolsa, coloco dois carregadores nela, calço os sapatos, saio de casa, o celular vai não mão se tocar não demoro a pegar. Chego no trabalho, a pilha de  serviço sobre a minha mesa, a primeira coisa que faço é colocar o celular carregando, o dia passa, difícil me concentrar no trabalho, olhar o celular, que só tem recebido chamadas e mensagens idiotas, e a visão do meu pesadelo da noite, passo a mão pelo pescoço, não quero perder minha coleira, no meio da manhã mandei mensagem, ele leu e não respondeu, mandei na hora do almoço, a mesma reação dele, angustiada ao extremo, me mostro firme para meu chefe, me desmancho por dentro. Termino a tarefa, quase 6 horas da tarde.
Dono, estou saindo do trabalho agora, indo direto para casa, esperando sua ligação. Perdoa sua menina perdoa.