segunda-feira, 18 de abril de 2016

O Leilão (Parte I )

            Desde que me entendo como mulher, que sente, pensa e precisa de sexo me vejo em sonhos cercada de olhares, não importa de quem seja, me vejo sendo observada e cobiçada ao mesmo tempo por mais de uma pessoa. Já me imaginei com quatro se aproveitando de meu corpo, sempre que sonho dessa forma é inevitável que precise me tocar, enfiar meus dedos profundamente até que exploda em um prazer estonteante. Já há três anos tenho uma relação com um Dominador, um Senhor que me cativou que prendeu minha alma com seus grilhões, estou completamente entregue aos seus desejos, me sinto cuidada e protegida de uma forma que nunca senti. Mas ele não permite que me toque sem sua autorização, não a ponto de chegar ao orgasmo, então, quando tenho esses sonhos, preciso me controlar o que me é extremamente difícil, passo o dia desejando esse orgasmo.
            Já contei esse sonho, como todas as minhas fantasias ao Dono de minha alma e corpo, ontem tivemos um dia de sessão, não sei quantas vezes cheguei a gozar, e em determinado momento me sentia fora de mim. Não me lembro de ter vindo para a cama sei apenas que acordei, lembrando desse, sonho que me persegue.
            Me dirijo para a cozinha, estou com fome, penso em ovos mexidos, café e um delicioso croissant com geleia. Então o interfone toca, um entregador, visto correndo um roupão, um jovem com uma caixa em suas mãos. A recebo, o que será? Ansiosa, corro para o quarto, uma caixa branca com um belo laço de veludo vermelho debruado de dourado. Desfaço cuidadosamente o laço tiro a tampa e me deparo com outra caixa dentro, agora com um laço de fita azul turquesa, preso ao laço um bilhete. Abras essa caixa somente às 20:00, após ter tomado banho, cabelos soltos e usando como perfume o J’Adore que lhe dei na última semana. Faça refeições frugais use o dia para descansar. Às 20:30 a espero no local de costume.
            Li o bilhete com o coração na boca, a curiosidade aguçada querendo saber o que há na caixa, mas logo imagino que seja algo para que eu vista, pois em suas ordens, nada indica o que deverei vestir e nem imagino que meu Dono me faria sair nua para encontrá-lo, ou faria?
            Volto à cozinha, a ordem me vem à cabeça, refeições frugais, lá se foram os ovos mexidos, croissant com geléia. Tomo café com 2 torradas e uma fatia de queijo branco. Recordo as instruções da mensagem, use seu dia para descansar.
            Vou ao banheiro, abro o chuveiro deixo o roupão cair, preciso de uma banho, nua me olho no espelho, uma marca no meu seio esquerdo logo acima do bico, passo os dedos, imediatamente me vem à memória a boca de meu Dono, a sensação de seus dentes cravados em minha pele, é, vai ficar roxo, vai durar dias e me fazer lembrar do prazer que me foi dado, continuo a me observar, um pneu indesejável aqui, uma ruga ali, as celulites que gritam para mim, mas me lembro do prazer que Dono tem em usar esse corpo, como ele mesmo diz gosto assim, uma simples e mortal submissa com seios que não são empinados, querendo me olhar de cima, mas que olham diretamente para mim, até mesmo um pouco para baixo em eterna submissão, o sorriso se escancara em meu rosto, gosto do que vejo, toco a correntezinha de ouro com fecho algemas, faz parte de mim, estaria agora nua se não há estivesse usando.


             Entro sob a água morna, deixo escorrer pelo meu corpo, seios, barriga, afasto as pernas a água morna corre por entre minhas coxas, sinto os bicos de meus seios arrepiarem, pego o tubo de sabonete líquido, começo a me ensaboar, seios, barriga, nádegas, quando chego ao meu sexo me lembro do sonho a vontade de me tocar é imensa, o tubo em minha mão, respiração ofegante, pressiono um pouco mais meus dedos em meu sexo, os lábios se abrem, sinto meu grelo intumescido, arrepio ao tocá-lo, eu quero, Dono me disse nunca sem ele, eu quero, o corpo todo latejando, me deixo cair de joelhos, eu preciso pego o tubo de sabonete.

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